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DRE na contabilidade: O que é e por que é fundamental

Atualizado: 8 de nov. de 2022

Já ouviu falar do termo DRE, mas não sabe o que é ou pelo que é composto? Tem dúvida de como analisá-lo para entender a saúde financeira do seu negócio?


Nesse post vamos te ajudar a sanar essas dúvidas e mostrar como o DRE pode trazer bons indícios sobre como está indo o seu negócio.



O que é DRE na contabilidade


DRE significa Demonstração de Resultados do Exercício. É o relatório financeiro que mostra o detalhamento do resultado obtido da empresa (Lucro) em um determinado período e compara com resultados passados.


Além de ser um relatório obrigatório do ponto de vista contábil e fiscal para as organizações, é bastante valioso para análise dos resultados e identificar oportunidades de eficiência operacional.


Vamos detalhar agora a estrutura do DRE, seus principais indicadores e formas de análise.


Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


Como mencionamos antes, o DRE mostra o detalhamento do lucro de uma empresa em determinado período. De forma simples, o lucro nada mais é que a diferença entre a receita e os gastos (custos e despesas), então vamos começar falando sobre esses grupos.


Receita


São os ganhos obtidos no período a partir dos produtos ou serviços vendidos. Pode ser dividida em:


  • Receita Bruta: total de receita gerada a partir do volume vendido e considerando os preços normais dos produtos (sem aplicar descontos);

  • Receita Líquida (RL): Receita Bruta - (Devoluções + Descontos + Impostos sobre Vendas).


Custos


São os gastos indispensáveis para a produção do produto ou realização dos serviços, como por exemplo:

  • Mão de obra direta (MOD);

  • Matéria-prima;

  • Insumos;

  • Embalagem;

  • Energia e água relacionados ao processo produtivo.


Despesas


Gastos não relacionados a produção do produto ou realização dos serviços prestados, por exemplo:

  • Gastos de marketing;

  • Salários da equipe administrativa;

  • Pesquisa e desenvolvimento (P&D).

  • Água e luz utilizados pela equipe administrativa;

  • Internet;

  • Telefone;

  • Materiais de escritório.


Depreciações e Amortizações:

  • Depreciação é a desvalorização de bens físicos (tangíveis) de uma empresa, como por exemplo máquinas, veículos, móveis e imóveis, devido ao desgaste ou perda de utilidade por uso, pela ação da natureza ou obsolescência;

  • Amortização é a desvalorização de bens não físicos (intangíveis) como uma patente por exemplo.


Juros Financeiros


Refere-se às receitas (aplicações) e despesas (financiamentos) financeiras das empresas. Da mesma forma que pessoas físicas investem seu dinheiro para receber juros em troca, ou pagam juros quando realizam empréstimos, as organizações também;


Imposto de Renda e Contribuição Social (CSLL)


Impostos pagos sobre o lucro obtido. Caso queira conhecer com mais detalhes os modelos de tributação do imposto de renda e contribuição social recomendamos esse artigo da contabilizei.


Essa separação dos Juros Financeiros, Imposto de Renda e CSLL e Depreciações e Amortizações é bastante importante visto que não são contabilizados na formação do EBITDA, indicador fundamental para avaliarmos a eficiência operacional das organizações.


Principais indicadores para análise da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


A partir dos grupos que compõem o DRE que citamos anteriormente, podemos analisar a saúde financeira da empresa em partes:


Lucro Bruto


Analisando as primeiras linhas do DRE, temos a receita líquida e os custos dos produtos vendidos. A diferença entre elas é o que chamamos de lucro bruto.


Esse valor nos indica se a empresa é lucrativa avaliando apenas os esforços relacionados a produção. Caso não seja, a empresa necessita buscar alternativas para reduzir ou os custos ou aumentar o preço médio de venda.


Lucro Bruto = Receita Líquida - Custos
Margem Bruta = Lucro Bruto / Receita Líquida

EBITDA


O EBITDA, também conhecido como LAJIDA, se refere aos lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações. Apesar da sigla parecer complexa, nada mais é que o Lucro Bruto reduzido das despesas da organização.


Reduzir os custos e despesas da receita líquida nos dá uma percepção mais clara do valor gerado pela por toda a operação da empresa.


EBITDA = Lucro Bruto - Despesas
Margem EBITDA = EBITDA / Receita Líquida

EBIT


O EBIT é o EBITDA reduzido das depreciações e amortizações. Assim como o EBITDA, traz uma visão boa do lucro gerado pela operação da empresa, mas levando em consideração perdas intengíveis que não impactam diretamente o caixa da empresa.


EBIT = EBITDA - Depreciações e Amortizações
Margem EBIT = EBIT / Receita Líquida

Lucro Líquido


A última linha do DRE é o lucro líquido, o qual é o EBIT reduzido dos juros financeiros, imposto de renda e contribuição social. Esse é o resultado final obtido no período e que poderá ser distribuído aos investidores ou entrar no caixa da empresa.


Lucro Líquido = EBIT - (Juros Financeiros + Imposto de Renda e Contribuição Social)
Margem Líquida = Lucro Líquido / Receita Líquida

Como analisar a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


Além de conhecer e entender o significado de cada um dos indicadores que citamos acima, precisamos realizar duas análises para avaliarmos se os nossos resultados estão indo bem ou mal:

  • Análise Vertical: Compara cada linha do DRE em relação à Receita Líquida.

  • Análise Horizontal: Compara o resultado de cada linha em relação aos períodos anteriores.

Vamos agora verificar um DRE verdadeiro e mostrar o que significam essas duas formas de análise.


dre - analise vertical e horizontal
Demonstração de Resultado (Fonte: Central de Resultados Hypera)

Na imagem acima temos a Demonstração do Resultado de Exercício da Hypera, uma empresa de medicamentos, comparando o 1º trimestre de 2020 e 2021.


Como podemos ver, as despesas de marketing representavam 22,4% no 1T20 da receita líquida, enquanto que no 1T21 representavam 18,3%, ou seja, apesar do valor absoluto ter aumentado (182,6 no 1T20 para 214,7 no 1T21), tivemos uma melhoria quando comparamos com a receita.


Nessa verificação utilizamos tanto o histórico (análise horizontal) quanto a representatividade em relação a receita (análise vertical).


É fundamental que o DRE seja avaliado detalhamente com o objetivo de identificar alguma linha que possa ter afetado o resultado.


Identificando a linha que mais está impactando, o próximo passo é desdobrar todos os componentes que a formam e identificar suas causas, para assim a organização atuar naquilo que está prejudicando seu lucro.


Esse passo a passo de resolução de problemas explicamos no post que falamos sobre o Ciclo PDCA, o método para resolução de problemas e melhoria contínua dos resultados.


 

Lucas Paz Saffi

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atuou como consultor de gestão na Falconi em projetos no setor público, varejo automotivo, saúde e farmacêutico, com foco na aplicação do PDCA para melhoria dos resultados operacionais. Atualmente é analista na área de operações de marketing na RD Station, onde trabalha na identificação de oportunidades de melhoria no funil de vendas.

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