Já liderou ou fez parte de algum time que discutia constantemente? Isso é ruim, né? Bom, nem sempre.
Nem toda a discussão é ruim e vamos explicar por que nesse post, mas, principalmente, vamos falar sobre os 5 desafios que todo o time deve superar para que verdadeiramente trabalhe em equipe e tenha um alto desempenho.
Os 5 Desafios das Equipes apresenta suas mensagens ao longo de quase todo o livro através de uma história. É uma leitura muito leve, instigante e que recomendamos muito. Além disso é recomendado também por Cristina Junqueira, fundadora do Nubank.
Porém, nesse post não iremos resumir a história. Iremos apresentar os principais conceitos para que você possa aplicar no time que lidera.
Caso não lidere algum time ainda, será um conhecimento muito valioso para ser aplicado quando tiver a oportunidade, além disso, você poderá enxergar situações no seu dia-a-dia em que esses desafios acontecem e refletir como poderia resolvê-los.
Após essas observações, vamos começar!
Livro 5 Desafios das Equipes
Os 5 Desafios das Equipes, que também são chamados de disfunção por Patrick Lencioni, autor do livro, são:
A imagem acima apresenta os desafios em forma de pirâmide de forma intencional. Tem a intenção de mostrar que superar um é a base para que o outro também possa ser superado. Dessa forma, iremos iniciar falando sobre cada um de baixo para cima:
Falta de Confiança
Essa disfunção existe quando membros do time não se sentem à vontade para demonstrar suas fraquezas e erros. No contexto de uma equipe, confiança nada mais é que acreditar que todos possuem boas intenções.
Se essa confiança é unânime, é natural que as pessoas se sintam mais tranquilas para admitir algum erro, sinalizar alguma falta de habilidade, comentar sobre problemas interpessoais ou pedir ajuda.
Garantir que o time confie em seus colegas é fundamental para que a rotatividade seja baixa e a resolução de problemas que surgirem seja eficiente.
Como aumentar a confiança do seu time? Como líder o primeiro passo é ser a primeira pessoa a demonstrar vulnerabilidade, mostrar pelo exemplo que você confia nas pessoas e que elas podem confiar em você.
Além disso, existem ferramentas que podem ajudar na aceleração desse processo, como:
Exercício de histórias pessoais: É um exercício em que cada membro do time responde a algumas perguntas pessoais simples, como pontos relacionados aos hobbies, infância, experiências em outros empregos ou funções, número de irmãos que possui, entre outros. Falar sobre aspectos pessoais como esses gera empatia e, consequentemente, desencoraja pré julgamentos comportamentais.
Perfis de personalidade e comportamento: Uma outra abordagem que evita julgamentos e pode ser ótima para aumentar a confiança é a realização de testes de perfil de personalidade e comportamento. Existe mais de um tipo de classificação tipológica, como o Myers-Briggs e o DISC, por isso é importante se certificar que a ferramenta utilizada é confiável na aplicação da metodologia. Essa atividade é ótima para as pessoas se conhecerem e para o aumento da empatia.
Feedback 360º: Foi bastante difundido nos últimos anos, porém com um risco muito maior que as demais abordagens para aumentar a confiança. Essa atividade deve estar totalmente desconectada da avaliação de desempenho para que seja realizada de forma verdadeira e construtiva por todos os participantes.
Medo de Conflitos
Após superar o desafio da falta de confiança é possível superar o medo de conflitos. Se as pessoas estão a vontade em apresentar suas ideias é natural que os conflitos surjam, porém, é importante discernir aqueles que são relacionados a ideias de melhorias dos voltados aos aspectos destrutivos e pessoais.
Os primeiros são muito positivos e inclusive necessários. Equipes que possuem conflitos saudáveis tendem a ter conclusões melhores e de forma mais rápida, ou seja, são mais eficientes.
Os conflitos destrutivos e pessoais são péssimos para o clima do time e satisfação dos colaboradores e, obviamente, devem ser evitados ao máximo.
Como falamos antes, o primeiro passo para acabar com o medo de conflitos é a consciência de todos os membros do time de que conflitos são benéficos e essenciais para um time de alto desempenho.
Assim como no primeiro desafio, há algumas boas práticas e ferramentas que ajudam no processo:
Definir mineradores de conflitos: Definir pessoas responsáveis por puxar tópicos importantes em que é inevitável a ocorrência de conflitos e que estejam dispostos a coordenar a discussão até uma decisão ser tomada.
Incentivar conflitos: Ao longo das discussões pode ser que integrantes do time enxerguem o conflito como sendo prejudicial ou contraprodutivo. Uma solução para isso é o líder da conversa deixar claro que a discussão está sendo produtiva e importante para que se tome a decisão necessária.
Falta de Comprometimento
Tendo a garantia de que os conflitos construtivos estão ocorrendo, é o momento de focar no comprometimento da equipe na realização das atividades.
As pessoas tendem a se comprometer com algo especialmente quando há consenso na decisão tomada e certeza do que foi decidido é o correto, o que é praticamente impossível de ocorrer em grande parte das decisões. Por isso, esses são os dois grandes motivos para a falta de comprometimento de um time.
Ambos podem influenciar menos quanto mais pessoas expuserem suas opiniões e participarem da discussão.
O simples fato de serem ouvidas, mesmo que não tendo a ideia acatada, é o suficiente para:
Aceitarem o fato de não haver consenso no grupo
Trazer confiança para a realização de decisões, mesmo quando não foram levantados 100% dos dados necessários para tomá-la com certeza absoluta.
Para se aumentar o nível de comprometimento as seguintes boas práticas podem ser realizadas:
Mensagem em massa: No fim de todas as reuniões definir quais mensagens devem ser comunicadas às demais áreas da empresa e quais informações devem ser confidenciais.
Definir prazos: Para cada ação alinhada definir prazos específicos. Um cronograma bem definido e claro é fundamental para que todos do time estejam na mesma página e comprometidos.
Consideração de um cenário pessimista: Uma outra forma de promover a confiança do time do plano e comprometimento é se preparar para situações pessimistas da decisão tomada.
Responsabilizar os outros
Tendo o comprometimento do time nas decisões tomadas, é o momento de realizar o que foi alinhado.
Nem sempre todos da equipe entregam o que foi combinado, com a qualidade esperada ou apresentam comportamentos adequados, tornando necessário chamar a atenção um dos outros.
O desconforto de ter que chamar a atenção de algum colega é o que evita a responsabilização das entregas alinhadas, porém, fazer isso é na verdade uma atitude de respeito com o colega, mostra que você vê a importância no trabalho realizado por ele.
A demonstração de respeito ajuda também no aumento da motivação. Uma das coisas que mais motivam é o medo de decepcionar algum colega que te respeita e você respeita também.
Para que as pessoas se responsabilizem as seguintes atitudes podem ser tomadas:
Definir objetivos e atividades claras: Para que os integrantes do time possam cobrar uns dos outros, é imprescindível que o que precisa ser feito esteja claro para todos. A ambiguidade deve ser evitada ao máximo.
Criar oportunidades para se responsabilizar: Ter momentos específicos que permitam a cobrança entre colegas pode ser de grande ajuda, mas vale destacar que se os objetivos e atividades não estiverem claras não irá adiantar em nada.
Recompensar o desempenho do time: No momento em que o time é reconhecido e não apenas uma pessoa, os integrantes tendem a se cobrar mais.
Falta de atenção aos resultados
O último desafio é a falta de atenção aos resultados. Parece, no primeiro momento, que não está relacionado ao desafio anterior, responsabilizar os outros, mas na verdade está sim.
Quando as pessoas não se responsabilizam, elas tendem a focar mais em seus resultados individuais, tirando a atenção dos resultados coletivos.
Para ajudar no foco da equipe aos resultados coletivos duas ações podem ser tomadas:
Apresentar publicamente os resultados esperados: Ao expor para todo o time o que se espera alcançar é natural que todos percebam a importância disso.
Recompensar as pessoas com base no alcance dos resultados: Por mais que não deva ser o único fator relevante para recompensar algum colaborador, é fundamental que uma boa parte do reconhecimento esteja atrelado ao alcance da meta. Assim, é muito improvável que os membros do time não deem a devida atenção aos resultados coletivos.
Esses são os principais princípios apresentados no livro Os 5 Desafios das Equipes. Esperamos que eles ajudem você e seu time a perceberem quais obstáculos precisam superar e como podem começar.
Fonte: Lencioni, Patrick. Os 5 desafios das equipes. Sextante.